Nos dias de hoje, o que mais vemos é a
banalização de tudo o que é moral. A banalização sexual, moral, ética,
vital. Banalizam, também, os papéis hierárquicos, tirando a autoridade
dos pais, professores, policiais, presidentes. Até Deus tem sido
banalizado. Tudo em nome de uma rejeição ao "moralismo" e ao conceito de
"normal" que nos foi imposto. Pergunto o que seria de nós se não
tivesse sido imposto estes conceitos de moralidade. Será que não
são eles mesmos quem nos permite à liberdade sem perder a compostura?
Pois bem. No auge da banalização está a família. Hoje os conceitos de família estão sendo destruídos inventados.
Hoje é família relacionamentos homo-afetivos com filhos adotivos; hoje é
família a bigamia; hoje é família apoiar a filha ao aborto; hoje é
família os pais terem de ceder suas camas para os filhos dormirem com os
namorados... Se você não está neste conceito de família, cuidado: você é
um retrógrado, um fanático religioso e um moralista de mão-cheia.
A questão é que o casamento,
conforme o parágrafo citado no Catecismo, foi elevado a Sacramento por
Cristo Jesus. Isso quer dizer que o Senhor não apenas abençoou o
matrimônio, mas o colocou como sinal. O matrimônio entre um
homem e uma mulher não é apenas um sim livre de ambos, e sim, a
representação do casamento entre Cristo e Sua Igreja. E este sinal não foi apenas evidenciado pelo Senhor para fortificá-lo, e sim, santificá-lo.
Cristo, que é Deus e Senhor,
abriu mão de toda a Sua Glória e fez-se homem, habitou em meio a nós e
em tudo fez-se humano, exceto no pecado. Sendo Deus, desceu até o mais
baixo nível da humilhação a fim de nos livrar de toda e qualquer amarra
com o Inimigo. Fez isso por amor, e também para que entrássemos em Seu
Reino Eterno, onde a alegria não terá fim. Isto é para nós a lição que é
o matrimônio. Casar é santificar o outro, abençoar o outro, ceder pelo
outro, dar-se pelo outro, querer para o outro tudo o que se espera para
si (sem saber se receberá em troca). Só é possível fazer isso se o fizer
com amor. E amor é uma atitude da Razão. Jamais a Emoção é capaz de
suportar tantas coisas em nome do bem ao outro.
Por que estou falando tudo isso?
Porque no Rio Grande do Sul um casal resolveu casar-se no religioso
vestidos de Fiona e Shrek. É isso mesmo o que você leu: Fiona e Shrek.
Não acredita? Clique aqui e veja. Teria muitas coisas a dizer sobre este evento, porém, vou me ater àquilo que penso ser o mais importante.
Em primeiro lugar, a nossa sociedade precisa entender que o casamento não é um evento social.
A gente não vai lá se mostrar àquela vizinha que jurava que iríamos
ficar pra titia. Casamento é um compromisso seríssimo! É pra sempre! Já
pensou nisso? Então não dá pra você fazer um casamento baseado num conto
de fadas. Quem vai assumir o compromisso é você (e juntamente, seu
cônjuge). Como se fará isso se sobem ao altar dois personagens, e não os
verdadeiramente interessados nisso? Quem casou neste dia? Os
personagens das fábulas? O casal sulista?
Em segundo lugar, casamento não é
conto de fadas - e os casados que o digam! - . Casamento é Calvário.
Cruz. O "felizes para sempre" é uma enorme deturpação da realidade. Não
que casamento seja infelicidade. Não é isso o que digo. O que digo é
casamento não é mar-de-rosas, nem tem nada a ver com "E o Vento levou". E
tudo isso porque, para fazer a felicidade do outro, temos, às vezes,
que ser infelizes. Há situações em que queríamos fazer tal coisa que o
outro não quer. Por amor, cedemos. Há momentos em que o cônjuge está
completamente perdido, trazendo infelicidades, desrespeitos, dor... E a
gente tem que suportar em nome do amor, dos votos feitos, da promessa
feita a Deus diante das testemunhas. Mais que isso: em nome do amor que
temos pelo outro. Como, então, achar que o matrimônio pode ser comparado
a um conto de fadas? Nem aqui, nem no País das Maravilhas...
(...)
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário