quinta-feira, 28 de março de 2013

A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO






Leituras do Domingo de Páscoa: 


Atos 10.34-43 ou Isaías 25.6-9 
Salmo 118.1-2, 14-24 
1 Coríntios 15.1-11 ou Atos 10.34-43 
João 20.1-18 ou Marcos 16.1-8



Reflexão 



A paixão se institui entre relações de vida, morte e ressurreição. Nas entranhas da vida e da morte nos deparamos com a paixão. Uma avassaladora intensidade de querer que nos eleva aos picos de vida e nos arrebata ao calvário da morte. Pela paixão e nela nos encontramos na audácia da celebração, na fidelidade do compromisso, na força da persistência. Ela nos conduz à experiência mais altaneira de vida e nos sucumbe ao Gólgota da morte. As grandes paixões são caracterizadas ainda pela perseguição até as últimas consequências de seu amor. Até a morte, se necessário for. Nela, a morte não representa fim, porque a paixão, a causa maior da vida, ressurge e permanece. Na paixão, o encontro com a morte é a possibilidade do infinito.

A Páscoa, mais importante festa cristã, nos faz reviver a experiência da paixão em Cristo. Jesus percorre apaixonadamente seu caminho aos limites da vida, na capacidade da entrega plena, na força da persistência e coragem no enfrentamento do Gólgota. Fim que possibilita o re-começo, ressurreição e esperança - “Eu vi o Senhor...”. As festas no Israel Antigo, mais que lembranças, nos convidam a reviver a experiência do Deus que adentra a história e caminha com seu povo. Em Jesus, Lógos encarnado, a Páscoa nos convida à experiência da paixão que rasga a história humana. Da intensidade da vida que não prevê condições nem se amedronta ante os limites. Na paixão o querer se faz maior que quaisquer empecilhos, obstáculos ou muralhas. Ela se faz onipotente na sua capacidade de oferecer-se porque é na doação que experimenta a morte e a ressureição. A entrega de Jesus é anterior e para além da cruz. A cruz, antes, é a consequência de uma vida apaixonada, que no caminho, e não no templo encontrou o objeto — sujeito de seu amor: Projeto de Reino de Deus em paixão pela vida. “Eu vim para que tenham vida...”.
Encontro que determina um futuro de cruz. A cruz parece ser a condição do apaixonado pela vida que se encontra em uma sociedade marcada pelo domínio Romano, pela espoliação e opressão aos menores, pela des-graça de uma religiosidade legalista negadora da graça divina e pela injustiça. A experiência do domínio, da espoliação, opressão, des-graça e injustiça nega o amor. Nega mas não o impossibilita. Pelo amor, estas experiências podem ser vencidas. Mensagem da Páscoa. Mas, só quando o amor, se instaura visceralmente apaixonado. Porque esta vitória se dá na trincheira da plenitude da vida: luta incansável e persistente, a não desistência do Cristo apaixonado que corajosamente experimenta a via-crucis até a morte, pois tão somente lá é possível conhecer ressurreição. O desejo de doar-se integralmente, assumindo todas as consequências até o fim no limite entre vida e morte, é, em último instante, experiência de ressureição — “Fará desaparecer a morte para sempre”.
A páscoa nos convida à celebração, à festa, aos festins de “carnes gordas e suculentas” de “vinhos velhos decantados”, de peixes e pães porque aí se dá a vida e sua plenitude. Mas não apenas, nos convida também à fidelidade —“e sua fidelidade é para sempre” apaixonada na luta contra toda forma de dominação, opressão, espoliação, des-graça e injustiça, porque no experimento da luta também experimentamos a plenitude da vida e porque só no enfrentamento a estas formas de morte é possível a vida se estabelecer plenamente em dignidade. O convite da Páscoa é o convite à paixão. A deixar-se tomar visceralmente e inteiramente pelo projeto de Jesus. A doar-se nos experimentos da morte e da ressureição. A paixão é o espaço privilegiado da fidelidade, da luta intensa e persistente, da íntegra doação, da coragem que não recua ao mesurar consequências, da plena vida em celebração e a partir daí estamos possibilitados a reviver a paixão, morte e ressureição de Cristo Jesus.


Para seguir refletindo: 



Na Páscoa a ressureição de Jesus nos desafia à paixão pelo projeto do Reino de Deus. Este se estabelece no enfrentamento contra toda a ameaça à vida nesta sociedade. Celebremos na festa, na alegria e no desafio da paixão vivida por Jesus que o conduziu destemidamente até as últimas consequências do seu amor e lá transbordou em plenitude de vida, experimento da ressurreição.


FONTE:

www.novosdialogos.com/





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MÚSICA 'RARIDADE'

Boa tarde, pessoal! Hoje, trouxe uma linda música para vocês. Um abraço e até mais!