A família é uma bênção especial do Senhor para a vida do homem. Em Êxodo 1:21
vemos que por causa do temor das parteiras que salvaram da morte os
filhos dos hebreus, Sifrá e Puá, Deus lhes deu uma benção, uma
recompensa muito especial. Descubra qual foi esta recompensa?
Porque as parteiras temeram a Deus, Ele lhes constituiu família.
Mas
antes de falar da família, é mister fixar alguns parâmetros e tecer
alguns comentários que nos ajudam a entender a finalidade da família,
sua formação, seu aspecto profético e pedagógico na salvação do homem.
A Bíblia diz que a sabedoria do homem é totalmente nula porque Deus “apanha os sábios” em sua própria astúcia ( I Coríntios 13:19).
As respostas prontas e elaboradas pela razão humana não consideram o
fator “Deus”, ou seja, não consideram que Deus criou o homem.
O homem
gasta um tempo enorme, uma energia mental incalculável, pesquisas
trabalhosas e extensas, escreve tratados e mais tratados psicológicos,
sociológicos, médicos e filosóficos, tentando entender a causa dos males
que atingem o âmago de sua existência. Mas esquece de que a resposta de
Deus sempre esteve muito perto e acessível, contudo significava para os
“sábios” deste mundo uma loucura, exatamente porque, para eles, a cruz
de Cristo é uma resposta insana e fantasiosa.
Em
Romanos, capítulo 10, o apóstolo Paulo fala sobre a salvação do homem
que pode ser entendida, em última análise, como resolução de todos os
seus problemas e não apenas como redenção da sua alma. Observe-se que
ali diz que a palavra da salvação, isto é, a proposição divina para a
resolução dos problemas da humanidade, estava muito perto do homem, mais
especificamente, na sua boca e no seu coração (Romanos 10:8). Ou
seja, bastava uma pequena palavra de fé, a profissão de um credo
fundamental, uma confissão apenas: que o homem é pecador e que Cristo
morreu para nos salvar.
A
natureza decaída do homem é um dado que não pode ser deixado de lado na
avaliação das grandes angústias humanas e dos seus efeitos danosos.
Qualquer proposição moral, ética, filosófica, pedagógica ou clínica que
passe longe deste tal fato ou que o despreze deliberadamente, pode até
ser muito eloquente, muito atraente, permeada de uma lógica
aparentemente irretocável, mas não passa de cortina de fumaça e de
nenhum valor prática na resolução efetiva dos problemas humanos.
A
sociedade moderna está terrivelmente doente e a origem primeira e mais
remota desta enfermidade, sem dúvida, é o pecado. Uma das primeiras
estruturas a ser atingida pela rebelião do homem foi a família porque o
homem não hesitou em atribuir culpa à companheira que Deus lhe dera,
como se estivesse a dizer indiretamente que a culpa era do próprio Deus.
A
mulher, por sua vez, jogou a culpa na serpente e assim ambos, homem e
mulher, se recusaram a admitir explicitamente que desobedeceram de forma
deliberada a ordem prévia do Senhor, estabelecendo aí o primeiro germe
da discórdia e da confusão reinante desde então. Veja, pois, que o
primeiro pecado foi gerado dentro de uma família.
Com
efeito, hoje em dia, poucos são os que diante dos problemas familiares
tem o bom senso e a sabedoria de admitir que errou. Pais não admitem que
erraram na criação de seus filhos. Filhos não admitem que faltaram com a
obediência e respeito aos pais.
Uma das primeiras consequências do pecado foi: “o desejo da mulher será para o teu marido e ele te governará” (Gênesis 3:16). Ninguém, atualmente, contesta que a mulher moderna tem abocanhado uma boa fatia do mercado de trabalho e que a competição entre os sexos quanto à competência, inteligência, produtividade etc. já perdeu o sentido porque a mulher tem demonstrado ser tão ou mais capaz que o homem em qualquer área. Mas há um dado significativo da realidade que precisa ser lembrado: a mulher tem pago um altíssimo preço nesta sua busca por independência financeira e social.
A
depressão é uma das doenças psicossomáticas mais comuns do século e tem
atingido mulheres de todas as idades. A síndrome do pânico deixou de ser
uma enfermidade desconhecida, tornando-se já corriqueira em mulheres
das classes A, B ou C em pequenos, médios ou grandes centros urbanos. O
estresse feminino também é muito comum, acompanhado de sintomas de
baixa-estima, inapetência sexual, desinteresse pela vida, desânimo,
reações corporais difusas etc.
Prova
disso é que a maioria daqueles que buscam socorro espiritual em igrejas
são justamente as mulheres. É grande o número de mulheres que buscam as
famosas sessões de descarrego, de cura, de campanhas de vitórias etc.
Deus
disse que o desejo da mulher seria para o teu marido e que este a
governaria. A mulher moderna tem ojeriza ao ouvir dizer que deve ser
submissa ao marido e zomba da Palavra de Deus ao ler I Pedro 3:1 ou Colossenses 3:18.
Mas as consequências da desobediência à Palavra de Deus são estes males
que a mulher moderna está colhendo: multiplicação de enfermidades
psicossomáticas, insatisfação e pensamentos de morte porque a sua
estrutura psíquica e física não foi criada para suportar tamanha
pressão.
Reflexamente,
o homem tem acusado também as consequências da desobediência da mulher
porque muitos se sentem inferiorizados e diminuídos. Alguns abdicaram do
papel heterossexual e em alguns casos homens trocaram com as esposas o
papel masculino e feminino na educação e formação psicológica dos filhos, invertendo-os, resultando em graves distúrbios psicológicos para aqueles.
Outra
consequência funesta: Caim teve inveja de Abel, seu irmão, porque este
entendeu a revelação retratada no ato simbólico e profético da morte do
cordeiro. As relações, sejam entre seres humanos ou entre nações, são
sempre baseadas em interesses de parte à parte e, se às vezes parecer
haver algum período prolongado de altruísmo, companheirismo e
solidariedade, basta surgir algum interesse mesquinho para que homens e
nações acabem em escaramuças e guerras.
A triste
história destes dois irmãos prenunciava uma constante dissensão no meio
familiar. Jesus, no sermão profético disse que nos últimos dias pais
entregariam a seus filhos na grande tribulação e vice-versa. Também
disse que os cristãos seriam perseguidos dentro de suas próprias casas.
Sem
pesquisar a origem da família, sua função, sua finalidade, quem a criou,
como a criou, não há como entender integralmente o projeto de Deus para
o homem, a benção da salvação e redenção universal em Cristo Jesus.
Pela lente da família é que podemos entender melhor como Deus idealizou
um plano maravilhoso e cauteloso e o está colocando em prática desde o
início. Tudo na criação e formação da família tem um fundo profético
admirável que nos ensina sobre a nossa salvação.
Não é,
pois, exagero dizer que o plano da salvação passa necessariamente pelo
viés da família. O homem veio ao mundo para formar uma família. O pecado
atingiu profundamente a primeira família. A nação de Israel teve origem
por meio de uma família e a Abraão foi dito que todas as famílias da
terra seriam nele abençoadas. Jesus veio ao mundo no seio de uma
família. Josué disse que ele e sua família serviriam ao Senhor. O
carcereiro de Filipos foi salvo e batizado juntamente com sua família. A
proposta de vida ou morte, benção ou maldição feita por Deus no deserto
ao povo de Israel (Deut: 30:19) foi feita a ”ti e a tua descendência”.
Deus idealizou a família ao criar homem e mulher e ao determinar a ambos: “sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a“ (Gen. 1:28).
Não haveria como homem e mulher povoar o mundo e sujeitar o restante da
criação sem que concorressem ambos de forma harmoniosa para se
autorotegerem, se autossustentarem, autoconsolarem e autossubsistirem.
Isto deixa bem claro que homem e mulher não foram criados simplesmente
para encher a terra de filhos, sem qualquer cuidado com a união em si.
Os
animais vivem assim: procriam exclusivamente como forma de perpetuação
da espécie, mas a união do homem e mulher tem uma função muito mais
abrangente, complexa e cheia de significados proféticos.
A mulher
foi criada porque Deus viu que o homem estava só e isto não era bom.
Todos os demais atos da criação foram contemplados com a expressão “e viu Deus que isso era bom”. Quando Deus criou o homem viu que este estava só e certamente isto não era bom aos seus olhos.
Isto não
quer dizer que esta criação de Deus era imperfeita (porque tudo que
Deus faz é bom e perfeito). Significa que este detalhe (que não era bom o
homem estar só) foi idealizado porque era profético, isto é, contém um
significado que edifica, ensina , exorta e aponta para uma figura real
do que ocorre em uma dimensão espiritual superior e mais abrangente.
Da mesma forma, quando Jesus curou o cego de Betsaida (Marcos 8:24)
e este voltou não vendo muito bem (porque via homens como árvores que
andam), isto não quis significar que Jesus efetuou uma cura sem poder ou
imperfeita, mas sim que ali continha um ensinamento que a palavra
revelada nos traz nos dias de hoje.
Voltando
ao detalhe acima indicado, é bom lembrar que a obra da criação não
havia ainda terminado e da mesma forma a obra de redenção que Deus quer
realizar também não está ainda terminada. Então, como numa história
cíclica, recorrente, como num padrão, vemos um paralelo maravilhoso
entre a obra da criação do homem e da mulher e das bodas do Cordeiro e
sua noiva. A obra da redenção somente estará acabada quando a Igreja for
tomada do lado de Jesus.
A igreja
teve início quando o lado de Jesus foi transpassado e dali jorraram
água e sangue. , significando que a benção do Espírito Santo e o poder
do seu sangue estavam agora liberados para permitir o surgimento da
igreja. Por isso dizemos que a obra da redenção somente chegará ao fim
quando a Igreja fiel for “tomada” do lado de Jesus.
Enquanto
o homem dormia, Deus tirou uma costela sua e criou a mulher,
apresentando-a posteriormente ao homem. Da mesma forma, desde a ascensão
de Jesus aos céus, uma Igreja está sendo “formada”, “preparada” para
ser apresentada a Ele no arrebatamento. Assim como o homem estava
dormindo, descansando no Senhor, assim também Jesus está agora à destra
de Deus descansando junto ao Pai e aguardando o momento de receber sua
noiva adornada.
A mulher
foi tirada da costela do homem porque foi projetada para estar sempre
ao lado do homem, sendo consultada em todas as decisões importantes que o
homem tem que tomar. Também foi tirada da costela do homem porque deve
sempre estar perto do centro dos afetos do homem: o coração. A mulher
sábia conhece o seu marido e sabe interpretar seus afetos, desejos e
angústias.
A mulher
foi criada da costela, osso que fica num lugar seguro no corpo humano,
protegido pelos braços. É para isso a mulher foi feita: para estar
debaixo do braço do homem, para ser protegida. Por mais independente que
a mulher moderna queira ser, há uma necessidade física e psicológica de
proteção e aconchego.
E, por
fim, ela é carne de sua carne e sangue do seu sangue porque deve ser
respeitada e amada pelo homem como este cuida do seu próprio corpo. O
apóstolo Paulo utilizou esta figura de linguagem para dizer que o marido
deve amar sua esposa: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo” (Efésios 5:28). Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
Ora, a
igreja fiel anda sempre ao lado de Jesus. A Igreja Fiel, tal como o
apóstolo João, reclina-se sobre o peito de Jesus e quer ouvir o pulsar
do seu coração, o centro de seus afetos, suas orientações, as profecias
etc. A Igreja neste mundo passa por aflições e é perseguida, mas se
sente confortavelmente protegida pelos braços de Jesus. Por fim, tal
como os de Judá disseram a Davi que o “rei é nosso parente” (II Samuel 19:42), assim a Igreja Fiel tem um laço de parentesco com Jesus que é indissolúvel.
É
interessante notar o paralelo que há entre a realidade espiritual e a
material na Criação. Fomos feitos imagem e semelhança de Deus e, assim,
também a família foi idealizada para refletir a imagem e semelhança da
harmonia que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Refletindo
a desestrutura na família e a inversão dos papéis no seu interior, há
igrejas que supervalorizam a obra do Pai, outros a obra do Filho e
outros a obra do Espírito Santo. Há igrejas onde os adeptos parecem
“ordenar” a Deus Pai que satisfaça os seus desejos, sejam eles quais
forem, até mesmo os mais mesquinhos e escusos. Há também aqueles que
inseriram a mãe de Deus na trindade, criando um “quarteto fantástico”,
coisa que a Bíblia não autoriza: esta ordena ao Filho Jesus, que a
obedece.
A
família de hoje e sua crise reflete também toda a desordem que se
estabeleceu quando da entrada do pecado no mundo. O lado positivo do
paralelo é que podemos verificar na Bíblia a forma como a família foi
originalmente idealizada, o papel de cada um na sua dinâmica interior,
por meio dos antítipos registrados na história e aplicar os princípios
que Deus havia estabelecido para ela.
FONTE:
www.igrejacristamaranata.com.br
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